UM OLHAR SOBRE A CENSURA
«Também estava ali fora de horas o censor oficial, don Jerónimo Ortega, a quem chamávamos o Abominable Hombre de las Nueve» ( o Abominável Homem das Nove)
«porque chegava pontual a essa hora da noite com o seu lápis sangrento de sátrapa godo. Ali permanecia até ter a certeza de que não houvesse uma letra impune na edição da manhã.
(…)»
Gabriel García Márquez in «Memória das minhas putas tristes», Edição Dom Quixote, Lisboa,
2005, pág. 45
AS CINCO FONTES PRINCIPAIS DE O ABOMINÁVEL LIVRO DAS NEVES
1) A «Utopia» de Thomas More, enquanto ilha imaginária descoberta por um português – influência inglesa
2) «O Processo» de Franz Kafka, a ideia de poder e de exercício do poder – influência checa
3) «Manifesto do Surrealismo» de André Breton, mais objectivamente manifestos do surrealismo – a ideia de quebrar as normas – influência francesa
4) «Desespero a Doença Mortal» de Quirquegórde (Kierkegaard) na análise do desespero humano e também na associação entre o desespero humano e a religiosidade. Uma muito livre interpretação deste livro – influência dinamarquesa
5) «Decameron» de Giovanni Boccaccio, no exotismo amoroso – influência italiana
Ora sem a existência dos atrás referidos trabalhos não teria sido possível fazer O Abominável Livro das Neves.
No entanto não segue as normas de nenhum deles, muito menos as normas “rígidas” que André Breton chegou a formular.
Baseia-se pois na chamada Civilização Ocidental.
A mitologia grega, a começar pela capa, foi utilizada da maneira o mais livre possível, para o que era necessário.
A influência de Tzara foi mais para o projecto de evolução do livro.
FICÇÃO E REALIDADE
O PONTO CRÍTICO de O Abominável Livro das Neves é a conversa entre as feministas Filipa e Isabel dentro de um jeep.
Muitas pessoas a quem foi solicitada opinião disseram, INSISTENTEMENTE, que essa conversa DEVERIA SER MESMO CENSURADA, sob pesada pena de inviabilizar, parcialmente, o percurso de O Abominável Livro das Neves. Drasticamente censurada, substituída por uma conversa cor-de-rosa. Outras acham que não, que não deve ser censurada.
Ora o livro tem escrito na contra-capa que é para maiores de 18 manos. Tem que ser visto como um livro apenas para pessoas de maioridade.
Ora as personagens na ficção tem uma lógica própria. E essa lógica não pode ser anulada, pois isso seria anular o próprio livro.
Nós sabemos que a Ilha do Arquipélago do Cânone que está na moda é a Ilha da Pasta de Dentes. Para essa Ilha o que está escrito dentro do livro é secundário, mas deve-nos levar sempre para um mundo imaginário, que nos faz esquecer o mundo real em que vivemos. É secundário, mas tem que nos levar a pensar que o nosso mundo é um mundo cor-de-rosa.
Questionar, através de um único livro de ficção os padrões mitológicos base da nossa civilização é considerado demasiado. Mas há que reparar que uma pessoa de maioridade consegue distinguir o mundo da ficção do mundo real, são dois mundos distintos.
O MUNDO IMAGINÁRIO de O Abominável Livro das Neves é, obviamente um mundo fantástico, não um mundo real.
É um erro de interpretação ver essas duas feministas como apoiantes da ETA. Não aparece nesse livro em lado nenhum o nome da Espanha.
UM OLHAR OBJECTIVO DE CONHECEDOR SOBRE A GLOBALIZAÇÃO
CONTRA A ADVERSIDADE
é fulcral que os editores e as editoras dos cânones alternativos ultrapassem os chauvinismos, os sectarismos (e pior ainda os sectarismos fundamentalistas, ou ainda pior os sectarismos fundamentalistas chauvinistas) e se unam nesta 'Luta Sem Fim' contra o Cânone Dominante, também conhecido por Cânone Sílvio Berlusconi.
O ABOMINÁVEL LIVRO DAS NEVES – FASE 1
1) Colocação na Internet em
http://www.suplemento.blogspot.com/2) Apagamento do que estava em
http://www.suplemento.blogspot.com/ excepto dois capítulos, que ainda lá estão, e passagem a papel esta versão Internet, com as imperfeições características da chamada blogosfera, porque não há arquivo do que se escreve na blogosfera, para memória futura.
3) Início das sondagens e da «dinamização de situações», ao mesmo tempo que ficava preparada a versão 2, que, em princípio não deveria incluir mais personagens, mas apenas substituição de algumas palavras e, apagamento de vírgulas e ou aumento das vírgulas, noutras frases e realinhamentos do texto pontuais.
4) Versão 3 para testar a eficiência da equipa, e das maquinarias, apesar das deserções.
5) Versão 4 com os mesmos objectivos da versão 3.
6) Balanço de todos os testes e sondagens e analisar conclusões, que as mais significativas foram:
a) Mantinha-se a tendência para aceitação do livro por parte de pessoas entre os 18 e os 35 de ambos os sexos.
b) Implicação com o livro por parte das pessoas com mais de 35 anos, embora com excepções, muitas delas, de ambos os sexos, por se sentirem «ofendidas» com o Doutoramento em Direito, por já terem vivido experiências do género, que as deprimiram, frustraram, e fizeram chorar, tendo ficado muito «magoadas».
7) Propostas para substituir a conversa dentro de um jeep das feministas Filipa e Isabel, por uma conversa cor-de-rosa, pois consideravam que essa conversa inviabilizaria, parcialmente, o livro. Essa conversa seria «fatal» para a viabilização do livro pelo que teria mesmo de ser censurada, visto que «colocava em causa» toda a mitologia actual da União Europeia.
8) Era necessário explicitar melhor o Doutoramento em Direito. Esta proposta, insistente, foi aceite e foi introduzido um novo personagem, contra a decisão inicial, que era de não incluir mais personagens.
9) Assim todas as versões anteriores à versão cinco fazem parte da história do próprio livro. Embora com alguns inacabamentos a versão 2 percebe-se bem, e permitiu consultar muitas e variadas opiniões dentro e fora de Portugal, algumas das quais foram muito importantes e decisivas. Esta versão também conseguiu dinamizar muitas situações.
OPCIONALIDADE NO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGESA DE 1990
1)
2)
A ORTOGRAFIA NO ABOMINÁVEL LIVRO DAS NEVES
O maior problema de ortografia em O Abominável Livro das Neves era encarregar uma pessoa de escrever a mesma palavra de três maneiras diferentes conforme normas que lhe foram dadas, que obviamente não vamos dizer quais são, antes da apresentação física do Livro por um pessoas devidamente identificadas e credenciadas para isso.Assim duas das maneiras estariam «sempre» «erradas». Ora, tudo indica que essa pessoa fez isso 100% como lhe foi solicitado, e o grande problema nas revisões ortográficas era esse.Também, como já dissemos, foi decidido utilizar a OPCIONALIDADE, segundo o acordo ortográfico da língua portuguesa de 1990, nos casos específicos já referidos. Ora, outras palavras deviam sair, pura e simplesmente, substituídas por outras. Uma pessoa mais que credenciada para o efeito ficou com determinada palavra, que devia ter substituído num caso e não o fez, por não terem sido aceites as suas condições para serem substituídas outras palavras da ficção erótica. Mas quando abandonou o barco foi feito o balanço da situação e disse ter tudo, conforme lhe foi pedido na questão dessa palavra, mas não o fez. A desconfiança não chegou especificamente ao ponto de não acreditar nessa pessoa de ideias conservadoras para esse caso concreto. Só quando era para rever essa parte, isto é na versão cinco é que foi detectada a «sacanagem». E ficou em causa uma ideia para aplicar a seguir, apenas a um personagem secundário de 'escrita conforme a pronúncia', isto é, para que na interpretação portuguesa se pudesse saber de que região era essse personagem, sem colocar o nome dessa região, tratava-se, pois, de uma pronúncia regionalista. Mas, esta ideia tinha que ser novamente ponderada e, eventualmente, abandonada, retirar aí 'a escrita da pronúncia regionalista', mas, ficando-se, então, sem se saber de que região era oriundo o tal personagem.
São os efeitos colaterais de pactuar com o conservadorismo, mesmo quando esse conservadorismo diz que aceita a democracia e liberdade de expressão de pensamento. Mas, a opção pelas tais edições experimentais era para superar todas as «sacanagens» e os azares imprevistos, e também para sondar a compreensibilidade de certas partes, como o Doutoramento em Direito, e só na fase final é que começaram a acentuar-se as opiniões que apontavam para a clarificação do Doutoramento em Direito. E, contra o decidido anteriormente, não foi possível fazê-lo sem entrar um novo personagem. Com mais ou menos efeitos colaterais do pacto com o conservadorismo o livro não podia deixar de circular, em circuito fechado e restrito. E assim foi mesmo.
«Então o livro tem sido muito atacado em alguns sítios por criticar directamente o extremismo cristão e o extremismo judaico…(…)
Por criticar o fundamentalismo cristão e judaico…»
António…
R – E por alguns que andam agora a defender a Liberdade…
RS
«…Como eventuais portistas tivestes azar com as profecias…
(…)Mas tivestes muita sorte, com aquela frase do filme King Kong àcerca das pegadas, que põe as plateias em suspenso…!!!!!!!!!!!!!!!!!
Essa frase chave facilita-vos muito o marketing, quando fizerdes a apresentação do livro…
Se tivesses muito dinheiro até diria que a pagastes a peso de ouro…»
Luísa…
R – Há momentos de sorte na vida… mas é preciso lutar por ela…
RS
O PONTO CRÍTICO DE O ABOMINÁVEL LIVRO DAS NEVES
1) O ASPECTO FULCRAL, que para muitos e para muitas, inviabiliza, embora parcialmente, O Abominável Livro das Neves é a conversa dentro de um jipe das feministas da alta sociedade Filipa e Isabel, e que essa conversa, devia ser CENSURADA, substituída por outra mais cor-de-rosa para viabilizar o livro.
A RESPOSTA É NÃO.
Recuar seria não compreender o livro, E SIGNIFICAVA TAMBÉM TER MEDO DAS MULHERES.
2) O Doutoramento em Direito é que ficou mais explicitado, aí sim, admite-se que não estivesse suficientemente explícito, e para isso foi necessário criar um novo personagem.
3) Quanto à capa
a) O Céu Cinzento, interpretado pelo inglês William Turner.
b) A personificação da beleza segundo a mitologia greco-romana pelo francês Alexandre Cabanel.
c) A cor azul que pretende simbolizar a recusa da Moral do Escravo, em parte inspirada na única equipa portuguesa de futebol que triunfou a nível europeu e mundial, que foi do F. C. do Porto.
Para os benfiquistas que dizem que isso também conseguiu o Benfica, que consultem arquivos sobre futebol, onde se pode ver que o Benfica Campeão Europeu perdeu sempre a Taça Intercontinental.
4) A versão final da primeira fase é a versão 5 (cinco).
5) A utilização do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 foi relativamente aos aspectos mais consensuais, nomeadamente na chamada opcionalidade.
6) O livro diz, explicitamente, que é para maiores de 18 anos, portanto deve ser entendido, como sendo, exclusivamente para adultos, e interpretado como tal.
7) O mito de Perseu, subvertido, é um dos temas centrais – Perseu-Ruggiero em italiano-Rogério.
«… Sou uma muito aplicada aluna de Direito e futura doutoranda…
(…) Acho aquela Tese de Doutoramento em Direito intitulada «O Estatuto dos Cornos» um ataque directo ao Estado de Direito…
(…)
Quero, no entanto, reconhecer que é um tema abrangente, trans-classista, trans-ideológico e trans-étário… atinge as classes mais altas, as classes médias e as outras, atinge as diversas correntes do espectro ideológico e os jovens, os pais dos jovens e os pais dos pais dos jovens, o que permite uma grande identificação com o tema…
(…)
Aquele douto artigo referido é discriminatório, na minha pessoal interpretação, relativamente às uniões de facto, pois coloca as senhoras em união de facto, como é o meu caso, numa clara posição de inferioridade consequencial em relação às senhoras casadas de papel passado, relativamente ao romântico desejo de ornarem os respectivos companheiros…»
Maria D...
«Como branco acho esse Abominável Livro das Neves racista, porque põe um negro anarquista a dar ordens a brancos da classe alta...»
S... da Ala Direita
ANTI-KIPLING
«… Sou britânico e conservador e vivo em Portugal…
Esse livro amaldiçoado, chamado «O Abominável Livro das Neves», anti-Kipling, é racista anti-Kipling, por causa do conceito «O PESADO FARDO DO HOMEM NEGRO», que é o preto anarquista que anda a civilizar os brancos da classe alta…
Vocês, simpatizantes confessos do famigerado ANC da África do Sul…
(…) O autor fez um ataque brutal à cultura anglo-saxónica, pois ataca o seu mais alto representante que é Kipling, que recebeu o Prémio Nobel…
Só lhe faltou pôr os judeus a exterminar os alemães…
(…)
Esse livro… só para anarquistas negros… pois ataca a classe branca…
(…)
A negra Condoleezza Rice é uma excepção pois obedece a Mr. Bush…»
C…
R – O conservador Anthony Blair, infiltrado nos trabalhistas, ainda não proibiu sátiras a Kipling.
RS
O «IMACULADO» CÂNONE DO PURITANISMO, DEFINIDO EM LIGUAGEM ICONOGRÁFICA: